Entrou em vigor nesta quinta-feira (8) o cessar-fogo de três dias entre Rússia e Ucrânia. A trégua foi ordenada pelo presidente russo, Vladimir Putin, em decorrência das celebrações do Dia da Vitória – que marca a vitória da União Soviética e aliados sobre a Alemanha Nazista na Segunda Guerra Mundial.
Segundo anunciado por Putin, o cessar-fogo ficará em vigor até 11 de maio. O líder russo enfatizou, no entanto, que as tropas estarão de prontidão para repelir quaisquer ataques caso a Ucrânia viole a trégua. Em declaração anterior, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, rejeitou o cessar-fogo.
Cerca de 20 líderes mundiais devem comparecer às comemorações do Dia da Vitória, que contará com um grande desfile na Praça Vermelha, além de um discurso de Putin. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já está em Moscou, bem como o líder chinês, Xi Jinping.
“Nossa posição é muito simples em relação a todos os países que viajaram ou estão viajando para a Rússia no dia 9 de maio. Não podemos assumir responsabilidade pelo que acontece no território da Federação Russa. Eles [os russos] estão garantindo sua segurança”, disse Zelensky.
Esta é a segunda trégua anunciada por Putin este ano. Em abril, o líder russo declarou cessar-fogo nos dias 19 e 20, por ocasião da Páscoa. Ambos os países, contudo, se acusaram de descumprir os termos em áreas isoladas, mesmo com uma redução na intensidade dos combates.
Negociações de paz
Apesar de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, seguir pressionando por um cessar-fogo oficial, as delegações da Rússia e da Ucrânia continuam sofrendo para chegar a um acordo.
Na última semana, Zelensky, reforçou que não aceitará entregar parte do território como condição de paz. A fala veio após Washington sugerir que Kiev abrisse mão da Crimeia – região ucraniana anexada pela Rússia em 2024 – como parte de um possível tratado de paz. Segundo o líder, a guerra deve terminar sem benefício territorial para Moscou.
Putin: espero que não haja necessidade de usar armas nucleares na Ucrânia
Esse é apenas um dos pontos em que os países não concordam, segundo funcionários dos governos. Tal impasse está “irritando” Trump, que já ameaçou abandonar a mediação do diálogo caso os países não apresentem propostas concretas para acabar com a guerra. "Se uma das duas partes tornar as coisas muito difíceis, vamos dizer vocês são tolos e deixar para lá”, disse o presidente.