A família do homem de 56 anos que teve ferimentos graves após acidente na Rodovia dos Tamoios, em São José dos Campos, contesta a versão dada pelo padre envolvido no sinistro, que aconteceu na noite da última segunda-feira (5).
O sacerdote dirigia um Volkswagen T-Cross alugado quando colidiu com um carro VW Gol na Rodovia dos Tamoios, às 22h40 da última segunda, no km 5,5 da pista norte da estrada.
Identificado como Fábio Ferreira Costa, 47 anos, pároco da paróquia São Benedito, no Alto da Ponte, região norte de São José, o padre foi preso em flagrante por embriaguez ao volante após o acidente. Ele foi reprovado no teste do bafômetro, sendo constatados 0,56 miligramas de álcool por litro de ar alveolar 11 vezes o máximo permitido pela legislação (0,05 mg/l).
O padre, que não se feriu, foi encaminhado à Delegacia de Polícia e preso em flagrante por embriaguez ao volante. Ele foi liberado após pagar fiança de R$ 1.000. Ele responderá ao processo em liberdade.
O padre não foi localizado para comentar o caso. O espaço segue aberto. A Diocese de São José dos Campos divulgou uma nota em que diz que o padre colidiu com o veículo que já estava capotado na pista, e com a vítima para fora do carro.
“Informamos que o padre estava trafegando normalmente quando se deparou com um carro capotado na pista. Pela baixa luminosidade e falta de sinalização do carro e do local, acabou se envolvendo neste acidente que já tinha acontecido alguns momentos antes. Tanto é que a vítima do carro capotado não estava dentro do veículo, mas no gramado fora da pista”, diz a nota.
A Diocese também afirmou que o sacerdote aguardou as autoridades e a chegada do socorro médico no local do acidente, além de não se recusar a passar pelo bafômetro.
“O padre não se recusou a assoprar o bafômetro pela consciência tranquila em não estar embriagado, porém a avaliação coube às autoridades competentes”, diz a nota. “A Diocese e o jurídico estão acompanhando o caso que agora segue em tramitação na justiça”.
Família no entanto contesta essa versão, segundo o filho da vítima, não há evidências de que o carro tenha capotado antes de ser atingido pelo veículo do padre.
“Não tinha outro veículo quebrado e parado à frente. Só tinha o carro do padre e o do meu pai. Foi o padre que bateu no meu pai, tem testemunha. Não tinha pedaço de outro carro no local, além do carro do meu pai e o do padre”, afirmou.
Ele disse que conta com o depoimento de uma testemunha que estava na rodovia e teria sido ultrapassado pelo carro do sacerdote em alta velocidade, momentos antes do acidente.
“Meu pai disse que estava na faixa do meio e foi atingido por algum veículo na traseira do lado direito. Ele foi arremessado pelo para-brisa e caiu no asfalto. O carro capotou com a batida. Ele conseguiu rolar e foi para canteiro e ficou lá”, contou.
Por meio da assessoria de imprensa, a Diocese de São José informou na manhã desta quinta-feira (8) que “a versão do padre é a consta na nota enviada”.
Investigação.
Remetido ao 7º Distrito Policial de São José, o caso foi registrado como embriaguez ao volante, lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, fuga de local de acidente e dirigir sem permissão ou habilitação.
A família do acidentado, que segue em estado grave no Hospital Municipal de São José dos Campos, disse que aguarda a análise de duas câmeras de monitoramento perto do acidente para elucidar a colisão e o capotamento.
“Meu pai é provedor da casa dele. O padre quase matou um pai de família. Não quero dinheiro, quero que ele [padre] pague na justiça para não fazer de novo”, disse o filho da vítima.