Mesmo após a Procuradoria-Geral da República (PGR) arquivar a denúncia, o advogado Enio Martins Murad decidiu insistir no caso envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o uso de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar de Brasília a São Paulo.
Nesta semana, Murad reapresentou a queixa, agora ao Tribunal de Contas da União (TCU), pedindo abertura de investigação e eventual responsabilização por suposto uso indevido de recursos públicos.
A viagem aconteceu em 26 de março, no mesmo dia em que Moraes participou de sessão da Primeira Turma do STF que aceitou denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
No dia seguinte, o ministro foi visto na final do Campeonato Paulista, na Neo Química Arena, estádio do Corinthians, clube do qual é torcedor.
A denúncia cita que o deslocamento teria sido feito com avião da FAB para fins pessoais.
Embora a PGR tenha considerado não haver relação entre o evento esportivo e o uso da aeronave, Murad argumenta que os motivos são de natureza privada e incompatíveis com o interesse público.
No novo pedido, ele solicita ao TCU que apure possível dano ao erário, inclusive com ressarcimento das despesas, caso se comprove ausência de compromissos oficiais no período.
O processo corre sob sigilo e está sob relatoria do ministro Bruno Dantas. Moraes, o Ministério da Defesa e o STF não comentaram o caso até o momento.