O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o vazamento da conversa entre a primeira-dama, Janja da Silva, e o líder chinês, Xi Jinping, durante jantar oficial na terça-feira (12). Veículos de imprensa relataram um “suposto climão” na ocasião, dizendo que Janja teria comentado sobre os efeitos nocivos do TikTok – rede social controlada pela chinesa ByteDance – nos jovens.

"A primeira coisa que acho estranha é como essa pergunta chegou à imprensa, porque estavam só meus ministros lá. Então, alguém teve a pachorra de ligar para alguém e contar uma conversa que aconteceu em um jantar que era algo muito pessoal e confidencial", disse Lula.

O presidente reiterou que o comentário sobre o TikTok partiu dele, uma vez que perguntou se Xi poderia enviar um representante de confiança do governo chinês para discutir a regulamentação das plataformas digitais no Brasil, incluindo o TikTok. “E aí, a Janja pediu a palavra para explicar o que está acontecendo no Brasil, sobretudo contra as mulheres e contra as crianças”, explicou.

Para Lula, não houve manifestação desrespeitosa por parte da primeira-dama. Defendeu, ainda, que Janja tem o pleno direito de participar das discussões, sobretudo quando o assunto envolve redes sociais, já que ela “entende mais” das plataformas digitais do que ele próprio.

"Ela entende mais de rede social do que eu", disse. "Não é possível a gente continuar com as redes sociais cometendo os absurdos que cometem, e a gente não ter a capacidade de fazer uma regulamentação. Foi uma coisa normal, e ele [Xi] vai mandar uma pessoa especialmente para conversar conosco sobre o que podemos fazer nesse mundo digital”, acrescentou o presidente.

Janja já defendeu regulamentação das redes sociais

Em abril, Janja defendeu a urgência da regulamentação das redes sociais após a morte de uma menina de oito anos que inalou desodorante aerossol em "desafio" do TikTok. Na declaração, a primeira-dama frisou que as plataformas digitais não podem ser "terra de ninguém".

"Ela morreu devido a um desafio ignorante, feito pelas redes sociais. A gente precisa pensar e repensar que mundo é esse que estamos construindo. Temos uma série de temas importantes que precisam de votação no Congresso. Mas tem esse que é urgente, urgentíssimo: a regulamentação das redes sociais. A gente precisa proteger a vida das nossas crianças e dos nossos adolescentes", disse.