O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na quarta-feira (28) que a falta histórica de água no sertão nordestino foi "obra de Deus", que teria previsto sua chegada à Presidência para mudar essa realidade.

“Deus deixou o sertão sem água porque sabia que eu ia ser presidente da República e ia trazer água pra cá”, disse Lula, durante a entrega do primeiro trecho do Ramal do Apodi, em Cachoeira dos Índios (PB), parte do projeto de transposição do Rio São Francisco.

A declaração foi recebida com aplausos e risos pelos presentes na cerimônia, que marcou mais um avanço na infraestrutura hídrica do Nordeste. O presidente destacou ainda que a promessa de levar água ao sertão existia há quase dois séculos.

A obra, que integra o Novo PAC, deve beneficiar mais de 12 milhões de pessoas no semiárido nordestino, embora a execução plena também dependa de ações estaduais e municipais.

Acompanhado pelos ministros Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Rui Costa (Casa Civil), Lula reforçou críticas ao governo anterior, afirmando que a fome causada pela seca é resultado de “falta de vergonha na cara das pessoas que governam esse país”.

Em tom político, o presidente também voltou a atacar seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), classificando-o como "tranqueira" e responsabilizando-o pela disseminação de “ódio” e “fake news”.

Mais cedo, Lula esteve em Pernambuco, onde assinou uma ordem de serviço de R$ 491 milhões para ampliar a capacidade de bombeamento de água no Eixo Norte do projeto de transposição.